O primeiro Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (Lira) de 2023, divulgado terça-feira (28/2) pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), aponta que, dos 827 municípios que participaram do estudo, 321 deles (38,8%) apresentam o Índice de Infestação Predial (IIP) igual ou maior que 4 – ou seja, estão em situação de risco para a transmissão das arboviroses.
Outros 337 municípios (40,8%) estão em alerta e, em 169 (20,4%), o indicador foi classificado como satisfatório, pois o IIP é menor que 1. O IIP indica o percentual de imóveis que apresentaram recipientes infestados por larvas de mosquito Aedes aegypti em relação ao total de imóveis que foram vistoriados pelos agentes de combate a endemias (ACE).
O Lira, realizado junto aos municípios mineiros quatro vezes ao ano, é parte da estratégia de monitoramento e controle do mosquito. Embora a Vigilância Estadual não considere apenas este levantamento para avaliar a situação epidemiológica quanto à dengue, chikungunya e zika, os dados apresentados pelo documento podem ser considerados como um indicativo de alerta para locais com possibilidade mais acentuada de aumento no número de casos dessas arboviroses.
Como destaca a coordenadora da Vigilância Estadual das Arboviroses da SES-MG, Danielle Capistrano, a partir dos resultados do Lira, cada município pode otimizar e direcionar as ações de controle do vetor, delimitar as áreas de maior risco, avaliar as metodologias aplicadas no controle do mosquito e contribuir para as atividades de comunicação e mobilização, por meio da ampla divulgação dos resultados dos índices.
“Em casos de municípios mais críticos, existe, ainda, o apoio da Força Estadual em todos os eixos envolvidos, como assistência, laboratório, controle do vetor, comunicação e mobilização, vigilância epidemiológica e gestão”, salienta a coordenadora.
Até 27/2 deste ano, Minas Gerais registrou 50.101 casos prováveis (casos notificados exceto os descartados) de dengue. Desse total, 13.802 casos foram confirmados para a doença. Há quatro óbitos confirmados por dengue no estado e 21 óbitos em investigação.
Em relação à febre chikungunya, foram registrados 18.371 casos prováveis da doença, dos quais 4.536 foram confirmados. Até o momento, não há nenhum óbito confirmado por chikungunya em Minas Gerais e um está em investigação.
Ações contínuas
O Aedes aegypti circula durante todo o ano e seu monitoramento e controle ocorrem de forma contínua no estado de Minas Gerais, com intensificação das estratégias de combate no período sazonal das arboviroses, quando aumentam o calor e as chuvas.
Quanto ao vírus zika, até o momento foram registrados 72 casos prováveis. Há um caso confirmado para a doença e não há óbitos por zika em Minas Gerais, até o momento. Os dados estão disponíveis no Boletim Epidemiológico de Arboviroses Urbanas. Para mais informações, acesse: www.saude.mg.gov.br/aedes.