Embora possam ocorrer durante todo o ano, é com a chegada do período de calor e chuvas que aumenta a ocorrência de acidentes com animais peçonhentos. Eles são chamados assim pois produzem peçonha (veneno) e têm condições naturais para injetá-la em presas ou predadores. Esses animais possuem presas, ferrões, cerdas, espinhos e outros, que são capazes de perfurar a pele e envenenar as vítimas.
Os animais peçonhentos que mais causam acidentes no Brasil são algumas espécies de serpentes; escorpiões; aranhas; lepidópteros (mariposas e suas larvas); himenópteros (abelhas, formigas e vespas); coleópteros (besouros); quilópodes (lacraias); peixes e cnidários (águas-vivas e caravelas).
Nos últimos anos, foram registrados no Brasil cerca de 140 mil acidentes por animais peçonhentos. Esses acidentes são mais comuns nos meses de verão, devido ao calor, umidade e período de reprodução. Manter a higiene e limpeza é fundamental, uma vez que lixo e entulhos podem servir de abrigo para muitos destes animais, além de funcionarem como chamariz para sua alimentação.
O que fazer e o que não fazer em caso de acidentes?
Todo acidente com animal peçonhento deve ser encaminhado a um serviço de saúde para avaliação médica da gravidade do caso e da necessidade do soro antipeçonhento. Em alguns casos, os sinais clínicos surgem horas após o acidente, e podem levar a lesões mais graves.
No entanto, a maior parte dos acidentes tem classificação leve e não demanda administração de soro, podendo ser remediadas apenas com tratamento sintomático e observação. Ainda assim, todas as ocorrências devem ser notificadas para que o perfil epidemiológico do município e região seja conhecido e possibilite a definição de medidas de controle destes acidentes.
Primeiros cuidados
Mantenha o acidentado em repouso, deitado e com o membro acometido elevado em relação ao resto do corpo, enquanto aguarda por socorro. A vítima deve evitar correr ou se locomover por meios próprios;
Não tente sugar o local com a boca para extrair o veneno ou amarrar o membro acidentado. Não aplique nenhum tipo de substância (como álcool, pó de café, ervas, terra, querosene ou urina) no local da ferida. Tais procedimentos não têm efeito sobre o veneno e só aumentam o risco de infecções;
Lave a região somente com água e sabão;
Em caso de acidente, procure atentar para a cor e o tamanho do animal causador, pois suas características podem auxiliar no diagnóstico e no tratamento do agravo. Se for possível, fotografe-o. Não é necessário levá-lo à unidade de saúde, pois em muitas ocasiões outros acidentes acontecem devido às condições em que os animais são capturados ou levados para o reconhecimento. A descrição também é uma boa forma, porém esta deve ser bem detalhada para que não haja confusão na identificação do animal pelos médicos e como consequência o tratamento errado.